. Título: Carrie – A Estranha | . Título Original: Carrie | . Autor: Stephen King | . Editora: Suma de Letras | . Tradução: Adalgisa Campos da Silva | . Ano: 2013 | . 199 Páginas | . Literatura Estrangeira - Americana | . 5★❤

 

   Olá pessoal!

   Carrie – A Estranha é um livro muito bom. Tanto que é a terceira vez que leio e sempre termino a leitura, fico surpreendida com os relatos dinâmicos que mistura a vida sofrida de Carrie, entrevistas, textos científicos e relatórios policiais sobre a tragédia que se abateu sobre a cidade de Chamberlain. Sempre que leio Carrie, eu procuro ter em mente que essa história foi publicada em 1974, que alguns temas que foram abordados neste livro já são considerados comuns nos dias atuais, mas que devem ter levantado muitas discussões na época.

  Em Carrie - A Estranha, Stephen King conta a história de Carrietta White ou Carrie White, uma adolescente que vive com a mãe Margaret White e sendo o bode expiatório do colégio. Carrie é aquele tipo de pessoa que é excluída de tudo, zombada por todos e para pior, é criada em um ambiente opressor e dominada por uma mãe com fanatismo religioso ao extremo. Embora Carrie sofra todas as humilhações diariamente em casa e na escola praticamente calada, Carrie sempre permaneceu sendo uma moça bastante ingênua e solitária enquanto continua guardando muito ódio dentro de si de todas as pessoas que provocam abusos horríveis com ela.

  Tudo começa dentro do vestiário feminino do Ewen High School, após um jogo de vôlei no primeiro tempo. Carrie presencia sua primeira menstruação aos dezessete anos e por falta de instrução, acaba ficando apavorada achando que está tendo uma hemorragia e vai morrer. Acontece que este incidente fez Carrie tornar-se novamente alvo de zombaria das meninas, principalmente da Chris Hargensen, que começou humilhar Carrie. Porém após esse evento, Carrie começou alimentar seu ódio com seus poderes da telecinesia que, até este momento, era mal compreendido por ela.

  Toda essa repercussão em torno do ciclo menstrual de Carrie trouxe uma séria repressão para as moças que humilharam Carrie no vestiário. Principalmente para Chris, que foi bastante cruel com Carrie. Durante o castigo com a Rita Desjardin, professora de Educação Física, a Chris não aceitou punição com bons olhos e acabou sendo proibida de ir ao baile de primavera. Quando soube que Sue Snell estava abrindo mão de ir ao baile com o namorado Tommy Ross e ainda tinha convencido o rapaz de levar Carrie em seu lugar para se redimir, Chris juntamente com o namorado Billy Nolan, resolveu vingar-se de Carrie no baile.

   Carrie – A Estranha pode ter uma trama básica sobre uma jovem retraída que sofre bullying e não consegue se enquadrar na sociedade para alguns leitores, mas tratando-se de Stephen King, o terror psicológico enriqueceu ainda mais a história. Simplesmente eu fiquei apavorada com a crueldade de alguns personagens e ao mesmo tempo achava isso sensacional, porque Stephen King consegue colocar o leitor na pele de cada personagem. Enquanto eu ficava arrepiada com a frieza e crueldade da Chris Hargensen e do Billy Nolan, também ficava triste pelos acontecimentos com Carrie. São sentimentos que os três filmes e uma continuação, não conseguiram transmitir a experiência que a versão literária oferece para o leitor. Mas vou deixar para comentar sobre os filmes nas próximas postagens.

  Além dos relatos sobre Ralph White, pai de Carrie, os trechos onde os personagens Chris e Billy também ganharam importância durante a leitura. Com certeza, levarão um tempo para serem esquecidos, pois Chris e Billy são perversos e os filmes não conseguiram captar a frieza do casal. O grande destaque do livro é mãe de Carrie. Margaret White é um dos personagens mais fortes e impactantes da história. O fanatismo religioso dela é assustador. Muitas vezes submetendo Carrie a maus-tratos e a rejeição por achar que a filha é a prova viva de seu próprio pecado. É um pouco perturbador ler alguns trechos onde Margaret torturava sua filha com sua fé cega e fervorosa. Simplesmente não havia amor maternal na Margaret White.

   Enfim, eu poderia ficar aqui escrevendo vários detalhes diferentes que contém entre o livro e os filmes ou simplesmente, os motivos que fizeram Carrie - A Estranha ser um dos grandes clássicos do terror. No entanto, vale o próprio leitor ter sua experiência. É maravilhoso, mas o leitor que ainda não leu vale a pena ler. É uma história e tanto. Com certeza, vou reler sempre que bater saudades desse clássico que guardo com muito carinho. Particularmente, Stephen King é um dos meus escritores favoritos.

 

“Muita gente está dizendo que tem pena de Carrie White, as meninas principalmente, e isso é uma piada, mas garanto que nenhuma delas sabe o que é ser Carrie White cada segundo de cada dia.”

 

    Sobre o autor:

   Stephen King era um leitor fanático dos quadrinhos EC's horror comics incluindo Tales from the crypt, que estimulou seu amor pelo terror. Na escola, ele escrevia histórias baseadas nos filmes que assistia e as copiava com a ajuda de seu irmão David. King as vendia aos amigos, mas seus professores desaprovaram e o forçaram a parar. De 1966 a 1971, Stephen estudou Inglês na Universidade do Maine em Orono, onde ele escrevia uma coluna intitulada "King's Garbage Truck" para o jornal estudantil, o Maine Campus. Ele conheceu Tabitha Spruce lá e se casaram em 1971. O período que passou no campus influenciou muito em suas histórias, e os trabalhos que ele aceitava para poder pagar pelos seus estudos inspiraram histórias como "The Mangler" e o romance "Roadwork" (como Richard Bachman).

 

  Beijos e até a próxima!