. Título: Midsommar - O Mal Não Espera a Noite | . Título Original: Midsommar | . Roteiro e Direção: AriAster | . Ano: 2019 | . Duração: 2h 28min | . 5★❤

 

    Olá pessoal!

    Mais uma vez Ari Aster conseguiu chamar minha atenção para uma história onde o terror consegue caminhar livre entre os contornos emocionais e psicológicos do trauma do ser humano. Eu já tinha ficado impressionada positivamente pelo enredo de Hereditário e dessa vez com Midsommar, a perda e o abandono são explorados de forma tão angustiante que arrisco em dizer que pareceu pouco horripilante.

  Resumidamente, a história começa com Dani (Florence Pugh), uma jovem universitária de psicologia em pânico em casa, pois ela possui uma irmã com transtorno bipolar que requer certa atenção. Por isso Dani estava conversando com Terri pelo computador, mas infelizmente, a emergência pessoal da irmã, tornou-se numa tragédia familiar para Dani da pior forma possível. Abalada por causa do luto de ter perdido Terri e os pais por intoxicação de monóxido de carbono, Dani decide buscar consolo em seu namorado, Christian (Jack Reynor), porém ele está com a intenção de terminar o namoro deles, de quatro anos, para viajar com seus amigos para Suécia sem conhecimento da Dani.

    Porém Christian desistiu da ideia de terminar o relacionamento com Dani e ainda, resolveu convida-la para viajar por duas semanas para conhecer uma comuna chamada Harga, em uma área remota do norte da Suécia onde o amigo de Christian, Pelle (Vilhelm Blomgren) cresceu.  Dessa forma, Dani, Christian, Pelle, Josh (William Jackson Harper) e Mark (Will Poulter) chegam à Suécia e onde conhecem Simon (Archie Madekwe) e Connie (Ellora Torchia), um casal inglês convidado pelo irmão comunal de Pelle, Ingemar que também vai participar das festividades de verão que ocorre nessa comunidade. Acontece que o festival ancestral reserva várias surpresas estranhas para os visitantes que descobrem que os costumes da comunidade são muito mais sinistros do que pareciam à primeira vista.

   Eu entendo que Midsommar não é um filme de terror típico para dar aqueles pulos no sofá ou na cama, mas não quer dizer que ele tenha seu momento aterrorizante. Na primeira vez que eu assisti a cena do casal idoso eu fiquei completamente assustada e essa mesma cena, ter assistido várias vezes, ainda provoca desconforto e consegue me deixar inquietante. No entanto o grande destaque do filme foi a performance de Florence Pugh. A intensidade da dor de Dani é enorme, confesso que na primeira vez que assisti Midsommar, eu me vi gritando com Dani para romper com Christian. Caramba, ela apenas buscava apoio e compreensão por causa do luto e Christian se mostrou um namorado egoísta ao lado de seus amigos antipáticos.  

   Além da irritação mal disfarçada de Mark e Josh, a falta de interesse de Christian pela namorada e criando uma rivalidade acadêmica com Mark por causa da tese, consumindo vários alucinógenos naturais fornecidos pelos membros da comunidade e a  luz do sol da meia-noite desorientando os visitantes, tudo isso, foi transformado em elementos à favor do terror para Midsommar. Principalmente na mente abalada de Dani que, de repente, se viu perdida em pleno abismo. Embora inicialmente chocada com os eventos tradicionais da comunidade sueca, Dani eventualmente encontrou conforto emocional que buscava, após conquistar um papel importante no ritual onde ela queimou todos os vestígios de Christian de sua vida. Foi impressionante.

    Midsommar pode não ser um filme perfeito, mas tudo que mencionei é apenas a ponta de um iceberg. Ele é aquele tipo de filme que pode provocar longas conversas à respeito dos horrores envolvidos no enredo e especialmente, nos horrores da vida real. Ari Aster mostrou um estilo artístico que me surpreendeu bastante, tanto em Hereditário quanto em Midsommar, mostrando que protagonistas femininas imperfeitas, e vivenciando traumas angustiantes podem provocar filmes de terror com ideias novas e interessantes. 

 

   Beijos e até a próxima!