. Título: Miss Dollar  | . Autor: Machado de Assis | . Editora: Globo Livros | . Edição Lida: Contos Fluminenses | . Ano: 1997 | . 27 Páginas | . Literatura Brasileira | . 4★

 

   Olá pessoal!

   Miss Dollar foi um conto escrito pelo Machado de Assis e também, é o primeiro conto que faz parte do livro Contos Fluminenses publicado originalmente em 1870. O conto está em domínio publico, mas eu li este conto na edição publicada pela editora Globo Livros. Sendo bem sincera, sim... Eu li Machado de Assis no ensino médio e não... Eu não recordo de nenhuma história que li no período escolar, porque eu tinha que ler por obrigação e eu detestava leituras obrigatórias. Eu queria ler os livros e revistas que me interessava na ocasião. E para ser mais honesta possível, hoje em dia adoro ler clássicos, mas eu tenho um pouco de receio de ter interpretado incorretamente e escrever uma opinião de maneira errada. Por isso, peço que peguem leve comigo. Beleza?

   O conto Miss Dollar começa trazendo algumas suposições de quem é Miss Dollar. Não se trata de nenhuma rica dama ou uma jovem que busca um casamento, mas sim, Miss Dollar é uma bela cadelinha galga, que fugiu de casa e perdeu-se pelas ruas do Rio de Janeiro. Quem encontrou Miss Dollar perdida e vagando pelas ruas, foi o jovem Dr. Mendonça, médico que amava os animais e imediatamente levou-a para casa para unir-se aos outros cachorros que mantinha em sua casa.

   No dia seguinte, o Dr. Mendonça viu no jornal uma nota informando o desaparecimento de uma cadelinha galga com o nome de Miss Dollar e estava oferecendo uma quantia em dinheiro, duzentos mil-réis, para quem a encontrasse. Para quem não sabe, Réis era a moeda no Brasil no período colonial e foi substituída pelo cruzeiro. Mas voltando a história de Miss Dollar... Rapidamente o Dr. Mendonça tinha apegado a Miss Dollar, que tinha o dom de cativar as pessoas que amava os animais. Mendonça planejava criar Miss Dollar com seus outros cachorros de estimação, mas depois que pensou melhor, tratou-se de pegar o endereço no anúncio para entrar a Miss Dollar.

    Quando o Dr. Mendonça chegou para devolver a Miss Dollar, conheceu a jovem viúva Margarida e sua tia, a Sra. Antonia.  Margarida era dona dos olhos verdes maravilhosos que fez Dr. Mendonça apaixonar-se instantaneamente, tanto que nem quis aceitar a recompensa oferecida pela Miss Dollar. Após alguns dias, Mendonça resolveu contar para seu amigo Andrade que havia se apaixonado pela jovem Margarida e como eles estavam na rua, surpreendentemente, eles acabaram encontrando com a Margarida e a tia Antonia. Mas para surpresa de Mendonça, Andrade já conhecia Margarida e depois de uma apresentação formal, Andrade e Mendonça começaram à ir na casa da Sra. Antonia com a intenção de Mendonça cortejar Margarida.

   Contudo, ao ver o amigo bastante apaixonado pela viúva, Andrade resolveu revelar para Mendonça que Margarida não gostava de corresponder os sentimentos dos pretendentes, incluindo ele que tinha gostado dela e não teve seu amor correspondido. Mendonça não importou com a revelação do amigo e continuou visitando  Margarida por mais três meses e a jovem viúva não correspondia ao Mendonça. Até que ele decidiu escrever uma carta declarando seu amor e Margarida respondeu à Mendonça com outra carta rejeitando seu amor.

   No entanto, Mendonça resolveu visitar à casa da tia Antonia num horário impróprio, entrando na casa de maneira sorrateira para ver Margarida. Mendonça não queria provocar nenhuma falta de pudor, apenas sentia saudades de Margarida e  acabou ficando sozinho num quarto com ela. Margarida ficou muito brava com Mendonça, pois era uma ousadia tão grande da parte dele, que podia sujar o nome dela. Então Mendonça foi embora para casa totalmente arrependido pelo seu ato, mas no dia seguinte, a tia Antonia foi até a casa de Mendonça e após uma conversa, o casamento entre Mendonça e Margarida foi inevitável.

   O conto Miss Dollar é interessante, porque ele começou de maneira diferente. O narrador criou um tom divertido e provocador para apresentar a história de Mendonça e Margarida, jogando dúvidas, primeiramente, na personagem Miss Dollar. Em si, Miss Dollar não está na questão amorosa. Ela é apenas uma ligação para Mendonça conhecer Margarida. O conto Miss Dollar trata-se de uma história de amor, daquelas impossíveis. Por ser rica e bonita, Margarida tinha seus motivos para não conectar a uma nova paixão. Por isso dispensou vários rapazes que tinha vontade de casar com ela, incluindo o Dr. Mendonça, que estava disposto a conquistar o coração de Margarida.

   Margarida não esperava as ações de Mendonça, principalmente quando ela foi surpreendida com a visita imprópria do rapaz. Na época que este conto foi escrito, deixa claro que, a atitude de Mendonça era considerada um grande escândalo. Nenhum rapaz podia ficar sozinho com uma moça num quarto antes do casamento, mesmo que ela fosse viúva e assim, com ajuda da tia Antonia, Mendonça conseguiu reparar seu erro com Margarida.

   Agora se você deseja descobrir se Mendonça conseguiu conquistar o coração de Margarida e saber como termina essa história, terá que ler o conto Miss Dollar. É uma história curta, bastante fácil de ler e compreender. No entanto o leitor precisa colocar na mente que é uma história com outros costumes,  crenças ou convenções morais. Algumas ações e atitudes que eram desrespeitosas, erradas e provocavam grandes alvoroços, hoje em dia, são consideradas normais e até tolas. Enfim, Miss Dollar foi uma leitura bem divertida.

 

“ A descoberta seria excelente, se fosse exata; infelizmente nem esta nem as outras são exatas. A miss Dollar do romance não é a menina romântica, nem a mulher robusta, nem a velha literata, nem a brasileira rica. Falha desta vez a proverbial perspicácia dos leitores; Miss Dollar é uma cadelinha galga.”

 

   

   Sobre o autor:

  Machado de Assis (1839-1908) é um dos maiores representantes da literatura brasileira. O grande escritor foi o responsável por inaugurar o Realismo, que teve como marco inicial a obra "Memórias Póstumas de Brás Cubas", publicada em 1881. Machado deixou um conjunto vasto de obras. Foi contista, cronista, jornalista, poeta e teatrólogo, além do que é o fundador da cadeira n.º 23 da Academia Brasileira de Letras.

 

   Beijos e até a próxima!