. Título: A Mulher de Preto  | . Autor: Machado de Assis | . Editora: Globo Livros | . Edição Lida: Contos Fluminenses | . Ano: 1997 | . 31 Páginas | . 4

 

   Olá pessoal!

    Neste terceiro conto que pertence ao livro Contos Fluminenses do Machado de Assis, A Mulher de Preto trouxe os temas da traição e amizade, numa história bem interessante. Confesso que estou adorando ler os contos do Machado de Assis durante o café da manhã. Está sendo uma ótima companhia. Lembrando que li pela edição da Globo Livros, mas contém outras edições de variáveis editoras e os contos de Machado de Assis estão em domínio publico. Então dá para ler gratuitamente pela internet.

  A história A Mulher de Preto começa no momento que o Dr. Estevão Soares foi apresentado por um amigo em comum, para o Deputado Meneses, durante uma apresentação no Teatro Lírico e trocaram seus cartões formalmente. Após dois meses, Dr. Estevão e Deputado Meneses se reencontraram inesperadamente na casa de uma outra pessoa conhecida por ambos e acabaram criando uma amizade. Logo eles viram que tinham grandes afinidades em comuns, que amizade deles fortaleceu bastante e a partir daí, aconteceu vários encontros tanto na casa de um como na do outro.

   Certa noite, ele foram ao teatro juntos e o Dr. Estevão avistou uma mulher vestida de preto que olhava constantemente para eles e Estevão resolveu perguntar ao Meneses se conhecia a mulher. Meneses olhou para mulher e apenas mencionou ao amigo que não conhecia. Ao final da peça exibida no teatro, Estevão tentou se aproximar do local onde estava a mulher para saciar a curiosidade, mas sem sucesso e assim os amigos foram embora.

   Numa determinada noite, o Dr. Estevão foi ao baile de um amigo de seu falecido pai e conheceu Madalena, uma jovem moça pela qual se apaixonou perdidamente. Até então, o Dr. Estevão era desacreditado no amor. Apesar de ter apenas vinte e quatro anos, o médico vivia muito só, pois era um homem exigente e idealizava muito o amor. Meneses também vivia solitário, mas por motivos do passado e achava o Dr. Estevão muito novo para ser exigente e deveria deixar as desilusões amorosas para as pessoas mais velhas, que já tinham sofrido alguma decepção no amor.

   Dr. Estevão saiu do baile tão deslumbrado pela Madalena, que não demorou muito tempo para começar a frequentar a casa de Madalena, achando que a jovem também estava apaixonada por ele. Então o Dr. Estevão pensou em se declarar para Madalena e pedi-la em casamento. Depois que tomou coragem Estevão partiu para casa de Madalena para fazer o pedido de casamento, porém Madalena começou a falar antes dele. Numa conversa Madalena contou que era ela que estava no teatro observando ele e o deputado Meneses. Apesar de estar vestida de preto, Madalena não era viúva como o Dr. Estevão pensava e na verdade, Madalena era esposa do deputado Meneses.

  A mulher de Preto contém uma história interessante, onde Machado de Assis coloca a amizade em primeiro plano. Quando Estevão descobre  que Madalena é esposa de Meneses e o motivo do amigo nunca ter mencionado a existência da esposa, Estevão acaba colocando a amizade que tem com Meneses em primeiro lugar. Mesmo se sentindo perdido e ao mesmo tempo sufocando sua paixão pela Madalena, o Dr. Estevão decide ser mediador entre Madalena e Meneses para o casal reatar o relacionamento. Também há um paralelo entre Meneses e Madalena apresentando a atmosfera da traição amorosa e de confiança que separou o casal, mas vou deixar para o próprio leitor descobrir durante a leitura.

   Enfim, mais um conto de Machado de Assis que tirou aquela bobagem de receio de não compreender clássicos. Minhas leituras com Machado de Assis estão cada vez mais agradáveis.  

 

“Estevão chegou à casa e atirou-se à cama. Ninguém o soube nunca, só as paredes do quarto foram testemunhas; mas a verdade é que Estevão chorou lágrimas amargas.”

 


 

   Sobre o autor:

   Machado de Assis (1839-1908) é um dos maiores representantes da literatura brasileira. O grande escritor foi o responsável por inaugurar o Realismo, que teve como marco inicial a obra "Memórias Póstumas de Brás Cubas", publicada em 1881. Machado deixou um conjunto vasto de obras. Foi contista, cronista, jornalista, poeta e teatrólogo, além do que é o fundador da cadeira n.º 23 da Academia Brasileira de Letras.

 

   Beijos e até a próxima!