. Título: Confissões de Uma Viúva Moça  | . Autor: Machado de Assis | . Editora: Globo Livros | . Edição Lida: Contos Fluminenses | . Ano: 1997 | . 30 Páginas | . 3

 

   Olá pessoal!

   Confissões de Uma Viúva Moça é um conto de Machado de Assis, escrito em 1870 que pertence ao livro Contos Fluminenses. Para quem não sabe os contos que faz parte dessa coletânea estão em domínio publico, mas optei em ler na edição publicada pela Editora Globo que tenho em casa que pertence à minha avó. Confissões de Uma Viúva Moça começa apresentando Eugênia, uma jovem viúva que há dois anos deixou a corte para residir em Petrópolis e decidiu escrever algumas cartas para sua amiga Carlota, revelando um período de sua vida no passado.

  Eugênia era casada com um marido  que lhe fazia todas as vontades, mas apesar de tudo, ele era uma marido distante. Atitude que deixava Eugênia frustrada, pois ao contrário do marido que não enxergava o casamento como algo romântico, ela desejava viver um grande amor. Certo dia, o casal foi prestigiar uma peça de teatro e lá, havia um homem bastante misterioso que olhava Eugênia obsessivamente. Eugênia  percebeu que estava sendo observada e ficou desconfortável, enquanto seu marido, nem percebeu que sua esposa estava sendo cobiçada por outro homem. Incomodada, Eugênia pediu ao marido para ir embora antes do término da peça.

   Contudo, o homem misterioso não saiu da mente de Eugênia. Dias depois, Eugênia recebeu uma carta de amor e ficou assustado, porque associou a carta ao homem misterioso do teatro e rapidamente  queimou a carta para o marido não descobrir. Passando mais alguns dias, Eugênia recebendo uns amigos, pois sua casa era o ponto de reuniões entre amigos. Nessa noite, seu marido chegou em casa trazendo o novo amigo e Eugênia percebeu que era o homem misteriosos do teatro, que foi apresentando como Emílio. A partir daí, Emílio começou a frequentar a casa de Eugênia, conquistando a confiança do marido e dos amigos para aproximar de Eugênia.

   Neste conto o leitor nota-se, através das confissões de Eugênia na carta para Carlota, que ela e o marido tinham uma vida conjugal fria, distante. Provavelmente por causa do casamento arranjado que era comum na ocasião e tinha que apenas cumprir com seus papéis perante a sociedade. No conto, o marido de Eugênia é considerado um homem distraído e pouco afetuoso com a esposa. Seu nome não é mencionado em nenhum momento e praticamente preferia a companhia dos amigos. Eugênia ansiava em viver um grande amor correspondido e com a presença de Emílio e os acontecimentos que levou ao falecimento do marido, Eugênia é uma mulher carregada de culpa e insatisfações.

   É a primeira vez que leio Confissões de Uma Viúva Moça e achei o conto agradável. A história teve um gosto meio adocicado enquanto vai  descobrindo os sentimentos e o comportamento meio questionador de Eugênia perante ao marido e depois para os sentimentos ao Emílio. É interessante a forma que ela foi revelando as intenções de Emílio conforme o conto foi avançando e terminou de maneira mais realista e um certo gosto de amargo para Eugênia. Considerei que Machado de Assis quis explorar às expectativas de Eugênia em relação ao casamento a partir das insatisfações conjugais e as tentações de uma sedução para um suposto adultério que proporcionou amargura repleta de culpa.  

  Enfim, recomendo Confissões de Uma Viúva Moça para quem deseja conhecer as obras de Machado de Assis e principalmente para os leitores que apreciam contos ou clássicos da literatura.

 

“Não era o coração que se empenhava, era a imaginação. A imaginação perdia-me; a luta do dever e da imaginação é cruel e perigosa para os espíritos fracos. Eu era fraca. O mistério fascinava a minha fantasia.”

 

 

   Sobre o autor:

   Machado de Assis (1839-1908) é um dos maiores representantes da literatura brasileira. O grande escritor foi o responsável por inaugurar o Realismo, que teve como marco inicial a obra "Memórias Póstumas de Brás Cubas", publicada em 1881. Machado deixou um conjunto vasto de obras. Foi contista, cronista, jornalista, poeta e teatrólogo, além do que é o fundador da cadeira n.º 23 da Academia Brasileira de Letras.

 

  Beijos e até a próxima!