. Título: Dona Flor e Seus Dois Maridos | . Direção e Roteiro: Pedro Vasconcelos | . Baseado no Livro: Dona Flor e Seus Dois Maridos – Jorge Amado | . Ano: 2017 | . Cinema Nacional | . Duração: 1h 35min | . 4★
Olá pessoal!
Após assistir o filme original de 1976 do maravilhoso clássico de Jorge Amado, aproveitei para rever a última adaptação de Dona Flor e Seus Dois Maridos que foi lançada em 2017 para deixar minha opinião. Devo confessar que o remake consegue entregar para o espectador uma fiel ao clássico de Jorge Amado, porém deixou a sensação que sobrevive na sombra do filme original.
A história já é conhecida, mas vou resumir para dar riqueza ao texto. Beleza? O enredo de Dona Flor e Seus Dois Maridos gira em torno de Flor (Juliana Paes), uma talentosa professora de culinária, que ficou viúva do malandro Vadinho (Marcelo Faria) quando ele morreu num domingo de carnaval de maneira precoce. Após um longo período de luto, Flor decidiu casar novamente com o responsável e gentil farmacêutico Dr. Teodoro (Leandro Hassum), obtendo uma vida bastante tranquila e totalmente oposta que tinha ao lado de Vadinho. Apesar de amar Dr. Teodoro, Flor não estava plenamente feliz, pois sentia falta do jeito apaixonado e fogoso de Vadinho e depois de um ano de casamento com o Dr. Teodoro, de algum modo, Flor conseguiu ter a visita do falecido marido.
Não tem como negar, a responsabilidade de entregar uma produção digna ao filme original e principalmente, a qualidade da obra literária é inevitável. Em particular é um remake que consegue pontos positivos em mostrar os costumes e a ambientação de Salvador nos anos 1940 e trazer algumas cenas que não foram apresentadas no filme original. Um bom exemplo disso é o filme contar de modo fiel ao espectador como Flor conheceu Vadinho durante uma festa que ele havia entrado de penetra com um dos seus amigos e os verdadeiros motivos da mãe de Flor odiar o genro ao ponto de ficar feliz no velório de Vadinho.
Entretanto, o remake peca um pouco quando se trata do Dr. Teodoro. Considero a Juliana Paes uma boa sucessora para Sônia Braga como Dona Flor, mas tratando de Vadinho ainda continuo com José Wilker. Não estou dizendo que Marcelo Faria é ruim interpretando Vadinho. Longe disso. Marcelo Faria consegue mostrar com muita tranquilidade que é ótimo e confortável na pele de Vadinho, porém José Wilker tinha sorriso sarcástico e deixou a sensação que Vadinho foi escrito justamente para ele interpretar. Da mesma maneira, eu considero Mauro Mendonça como Dr. Teodoro. Leandro Hassum contém um humor em sua personalidade natural que amenizou a personalidade séria do personagem.
A dignidade do farmacêutico responsável e autentica de Dr. Teodoro ficou um pouco de lado com excesso de risos do Leandro Hassum que deixou escapar em várias cenas, especialmente a cena que Dr. Teodoro oferece um remédio à Flor e ele acaba tomando o remédio no lugar dela. Compreendo que é uma cena engraçada que foi provocada por Vadinho, mas Dr. Teodoro é um homem sério de alma serena e mesmo sorrindo e satisfeito, não deixava de mostrar sua seriedade. Mauro Mendonça conseguia transmitir essa personalidade de forma natural enquanto Leandro Hassum deixou a sensação que Teodoro foi transformado em uma caricatura divertida.
Enfim, a nova versão de Dona Flor e Seus Dois Maridos não deixa de ser positiva. Não tenho duvidas que se trata de uma obra elegante, mesmo entrando em comparação ao filme original que continua sendo relembrável para aquelas pessoas que gostam de filmes clássicos. Acho que só o tempo irá dizer se, a versão de Dona Flor e Seus Dois Maridos de 2017 passará despercebida ou será tão memorável quanto à versão de 1976.
Confira todas as resenhas sobre Dona Flor e Seus Dois Maridos.
Beijos e até a próxima!
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