. Título: A Ilha Perdida | . Autora: Maria José Dupré | . Editora: Ática | . Coleção: Vaga-lume #1 | . Ano: 1973 | . 128 Páginas | . Literatura Brasileira | . 4★
Olá pessoal!
Com texto objetivo e narrado na terceira pessoa, A Ilha Perdida contém uma fácil compreensão para os leitores. É um clássico infantojuvenil escrito por Maria José Dupré em 1944 e entrou para série vaga-lume em 1973. A Ilha Perdida conseguiu mexer com a minha memória, porque foi um dos primeiros livros que li da coleção Vaga-lume durante a minha infância e adolescência, bem antes de conhecer os vários autores que conquistaram meu coração. Bom, posso dizer que a leitura deu um gostinho de nostalgia.
Os irmãos Henrique e Eduardo costumavam passar as férias na casa de seu padrinho onde também moravam seus primos, Oscar e Quico e foi através dos primos, que Henrique e Eduardo descobriram as histórias e lendas sobre a misteriosa ilha perdida que podia ser vista do ponto mais alto da fazenda. Localizada nas redondezas do rio Paraíba do Sul a ilha despertava bastante curiosidade em Eduardo e Henrique. Então eles resolveram visitar a ilha, escondido dos padrinhos e seus primos, para explorar e descobrir todos os segredos da ilha.
Mas para atravessar o rio Paraíba do Sul, a dupla de adolescentes precisava arrumar um kit de sobrevivência. Conseguiram uma canoa velha que ficava estacionada às margens do rio Paraíba. Sem contar para ninguém sobre a expedição na ilha, arrumaram cordas com um funcionário da fazenda e com a cozinheira da madrinha, conseguiram água para beber e lanche. Ao amanhecer, Henrique e Eduardo partiram em direção à ilha e chegaram ao destino com bastante tranquilidade. Entretanto, os irmãos não imaginavam que a ilha continha mata fechada e exuberante, além de oferecer um cenário exótico e desafiador para quem não tem habito de explorar a natureza e acabaram ficando presos na floresta.
No dia seguinte, Henrique e Eduardo conseguiram encontrar a canoa velha, mas por causa da chuva forte e um tronco que a correnteza levava, ajudou rebentar a corda e a enxurrada levou a canoa embora. Deixando Eduardo e Henrique impossibilitados de retornar para a fazenda dos padrinhos. Para piorar ainda mais a situação, os irmãos acabam se separando um do outro, quando Henrique é encontrado e se torna prisioneiro do velho Simão. Um eremita vive isolado na floresta e foge do convívio social, preferindo apenas ter a companhia dos animais que habitam a floresta.
Para um adulto, a leitura de A Ilha Perdida é extremamente rápida e leve. Devo ter levado três horas para concluir a história completa. Direcionado ao publico jovem a história tem a proposta de orientá-los nas questões de não mentir para os adultos, respeitar as regras que os adultos incluem no ensinamento e o arrependimento pela travessura. Outro detalhe que a autora também transmitiu durante a história foi à mensagem de respeitar a natureza e os animais. Boa parte da história ficou em torno do personagem Henrique e sua convivência com Simão. Por isso, meu único ponto negativo, foi não saber nada sobre o Eduardo enquanto estava longe de Henrique.
No tempo que os irmãos estão separados, a autora dedicou-se em mostrar a maneira que Simão vivia dentro da floresta juntamente com a riqueza que a fauna e a flora têm para oferecer sem que o homem possa destruí-la. Durante a leitura o leitor vai percebendo que os animais ganharam destaques na história e enriqueceu a aventura de Henrique. Vários animais se comunicavam e serviam de olhos, ouvidos e até mãos para ajudar Simão. No capítulo que contém o julgamento dos macaquinhos ladrões de frutas, eu ainda recordava. Lembro que, na ocasião que li a primeira vez, não gostei. Provavelmente, quando era criança, sabia perfeitamente que os macaquinhos haviam praticado um erro grave, mas não compreendi direito a profundidade e a questão de sofrer as consequências dos atos. Relendo a história, tantos anos depois, não achei o trecho chato.
Enfim, confesso que foi uma delícia relembrar a história e estrear o projeto coleção Vaga-lume com A Ilha Perdida. Para quem deseja adquirir o livro físico, a história contém uma versão repaginada nas livrarias. Recomendo A Ilha Perdida para todos os leitores sem nenhuma restrição.
Confira todas as resenhas do projeto:
“ Quando mais culto um povo, melhor ele sabe tratar os inferiores e os animais. Isso demonstra grande cultura e você nunca deve esquecer.”
Sobre a autora:
Maria José Dupré, foi uma escritora brasileira. Ficou conhecida por sua obra-prima, Éramos Seis, adaptada para o cinema e televisão, e pela série de livros infantis sobre o Cachorrinho Samba.
Beijos e até a próxima!
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