. Título: Os 47 Rônins | . Título Original: The Forty-Seven Rônins | . Autor: Barão Algernon Bertram Freeman-Mitford | . Editora: Wish | . Série: Sociedade das Relíquias Literárias #6 | . Tradução: Camila Fernandes | . 32 Páginas | . Ano: 2020 | . 5 ★
Olá pessoal!
Publicado pela primeira vez em 1871, Os 47 Rônis apresenta um dos primeiros eventos mais famosos da história japonesa, onde traz a cultura e algumas tradições japonesa de maneira enriquecedora que sempre despertou minha curiosidade. O conto tornou-se um dos favoritos do projeto lendo os contos da Sociedade das Relíquias Literárias.
No começo do século XVIII, dois daimios, ou melhor, dois senhores feudais, Asano Takumi no Kami do Domínio Akô e o Senhor Kamei Sama do Domínio Tsuwano, receberam a ordem de providenciar uma recepção para receber o imperador. Para ajudá-los com os procedimentos das cerimônias adequadas, foi enviado um alto oficial chamado Kira Kozuke no Suke. Assim os dois daimios precisavam ouvir as instruções de Kira Kozuke diariamente.
Porém o Kira Kozuke no Suke era um homem ambicioso e ficou chateado com eles, supostamente por causa dos presentes insuficientes que os dois daimios ofereceram e preferiu fazer deles alvo de chacota sem fazer nenhum esforço para ensiná-los. Asano Takumi no Kami suportou todas as ofensas com toda a paciência, mas Kamei Sama ficou indignado e decidiu matar Kozuke no Suke para vingar os insultos. No entanto, o conselheiro de Kamei evitou o desastre, pois todos seriam punidos se Kamei tivesse matado Kira Kozuke. Como Kira Kozuke no Suke tinha fama de ser ganancioso, resolveu oferecer um grande suborno e Kira Kozuke passou trata-lo bem.
Entretanto Kozuke no Suke continuou a ridicularizar Asano Takumi duramente e Asano Takumi não conseguiu se conter mais e atacou Kira com uma adaga, ferindo-o no rosto. O ataque foi considerado como uma ofensa gravíssima e Asano Takumi no Kami, foi ordenado a cometer o seppuku (ritual suicida japonês), tendo todos os bens e terras confiscados após sua morte. Assim, Oishi Kuranosuke e seus 46 guerreiros não aceitaram que seu senhor ficasse sem vingança e resolveram se unir para traçar os planos de vingança contra Kosuke no Suke.
Com uma narrativa bastante interessante, o autor de fato transportar o leitor para dentro do cenário da história e acompanhar cada ação dos Rônins, que passam meses planejando vingança de maneira fria. Apesar de ser uma história sobre lealdade e sacrifício, ela é um pouco violenta para leitores mais sensíveis. Entretanto o conto é bem construído com elementos tão grandiosos que fica impossível não se comover com a história. Vou deixar para o leitor que tem interesse em descobrir o restante e como termina a história por vontade própria lendo o conto.
Depois da leitura, eu fiz uma pequena pesquisa e descobri que a história dos 47 Rônis contém três adaptações para o cinema. A primeira que descobri foi produzida em 1941 pelo Kenji Mizoguchi, o filme ganhou o título de A Vingança dos 47 Rônis. Em 1958 a história ganhou outra adaptação chamada The Loyal 47 Ronin e a terceira adaptação que eu encontrei e também é a mais famosa, foi produzida em 2013 pelo Carl Erik Rinsch e estrelado pelo (lindo e maravilhoso) Keanu Reeves, onde ele interpreta um mestiço. O personagem foi criado para o filme, não contém na versão literária.
Enfim, na minha humilde opinião, arrisco dizer que as cenas fortes que contém no conto ficaram em segundo plano, porque o conto inteiro é maravilhoso. Mas se o leitor ler com a mente aberta deixando os gatilhos de lado irá encontrar uma história enriquecedora.
Confira todas as resenhas do projeto:
Sociedade das Relíquias Literárias
“Esta noite acataremos o inimigo em seu palácio...”
Sobre o autor:
Algernon Bertram Freeman-Mitford, 1º Barão Redesdale (1837 - 1916) foi um diplomata, colecionador e escritor britânico. Ele trabalhou no Japão como segundo secretário da Legação Britânica na época da Restauração Meiji. Ele escreveu Tales of Old Japan em 1871.
Beijos e até a próxima!
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