. Título: A Vovó Chamou o Diabo para a Ceia | . Autora: Juliana Daglio | . Publicação Independente | . Literatura Brasileira | . Gênero: horror | . Ano: 2018 | . 68 Páginas | . 4★
Olá pessoal!
A Vovó Chamou o Diabo para a Ceia é um conto natalino de horror da autora Juliana Daglio, que adquiri durante o mês de Outubro para ler no Halloween, mas acabei encaixando a leitura dele perto do período natalino para curtir a data comemorativa com o gênero literário que gosto bastante. Posso dizer que foi uma bela surpresa literatura brasileira, pois ainda não tinha lido nada da autora e terminei o conto A Vovó Chamou o Diabo para a Ceia considerando a leitura bem divertida.
A história começa com os membros da família Vieira reunindo na casa da Olegna Marcondes Vieira, matriarca da família, que recentemente havia falecido e deixando um pedido para a família cumprir uma promessa um pouco antes da ceia natalina. Dessa forma, os quatro filhos e três dos onze netos, estavam reunidos na pequena sala para saber o último pedido da Olegna. Registrado em vídeo armazenado no pendrive, Olegna dá inicio sua mensagem de despedida, informando como odiava cada membro sua família e sua última vontade era que todos morressem, mas para isso acontecer ela decidiu fazer um pacto com o Diabo. Até meia-noite os Vieira que estavam presentes assistindo o vídeo estariam mortos, aqueles que não tinham aparecido para a ceia por causa da tempestade ainda tinham salvação.
Para piorar, um dos membros presentes assistindo o vídeo já havia morrido e o Diabo estava presente com eles, disfarçado como um parente da família. A partir deste ponto, a noite da família Vieira tornou-se um verdadeiro desastre com variações de humor e muita tensão. Para início de conversa eles não eram aquela tipo de família amorosa e unida, mas os filhos e netos sempre estavam presentes na vida de Olegna e eles tinham pensando que a matriarca havia deixando algo especial para eles. Entretanto Olegna deixou bem claro no vídeo que ela considerava eles uma maldição e o pacto com o Diabo era a única forma que ela havia encontrado para acabar com os Vieira que não tinham salvação.
Durante a leitura o leitor vai descobrindo várias intrigas, mágoas, desavenças, segredos e muitos pecados da família Vieira. Além do terror natalino que enriqueceu ainda mais história dessa família, a autora também trouxe vários toques de comédia e deixou o enredo um pouco engraçado. Confesso que ri muito quando li a declaração da Olegna para seus filhos e netos. Cada página lida minha curiosidade aumentava e desejava demais saber quem era o Diabo na história e como cada membro da família Vieira morreu em circunstância bizarra.
A leitura foi fluindo maravilhosamente, pois contém poucas páginas, porém é uma história bem construída e bem desenvolvida. A narrativa prende o leitor tranquilamente, por que acaba identificando os problemas da família Vieira com os problemas que temos na nossa própria família. Tirando os momentos obscuros e as mortes, a história trata de forma irônica como as famílias tratam seus parentes, muitas das vezes, com provocações, deboches e picuinhas.
Dessa vez, não consegui destacar um personagem favorito na história. Adorei todos os personagens que Juliana Daglio criou, pois cada um a contém uma personalidade importante e bastante forte. Até a Olegna, que o leitor tem a chance de conhecê-la no vídeo que deixou para família, consegue destaque sensacional. Cada um foi interessante de alguma forma e pode ter certeza, tem família pior que os Vieira para o Diabo levar.
Enfim, se gosta de ler histórias do gênero horror com escrita fácil e deseja entrar no clima natalino, A Vovó Chamou o Diabo para Ceia é um conto muito gostoso de ler. Posso dizer que proporcionou um final surpreendente.
“Eu vou morrer. Não posso partir desse mundo sem falar uma coisa muito importante para a família que Deus me deu. Eu odeio vocês. Isso mesmo, eu odeio todos vocês...”
Sobre a Autora:
Juliana Daglio, vinte e poucos anos, Psicóloga Clínica, apaixonada por Psicanálise, viciada em Livros e amante do Rock Britânico. Desde criança foi vidrada em faz de conta e inventava inúmeros personagens para conversar. Assistia a filmes sobre vampiros já aos seis anos, mesmo que tivesse que se esconder atrás do sofá. Na adolescência, dizia que iria ser uma Libélula. Hoje em dia se diz uma adulta confusa, que ainda adora vampiros, não ganhou asas de libélula, mas escreveu um livro sobre elas, transformando seus personagens inventados em pessoas reais, embora sejam feitas de tinta e papel.
Beijos e até a próxima!

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